quarta-feira, 7 de agosto de 2013

O SOBREVIVENTE

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 Contarei a seguir
Com orgulho e com verdade
Uma história real
De dor e felicidade,
Aventura, emoção 
Amor e dedicação 
União, fé e bondade.
Francisco Joaquim Moreira
É de quem eu vou falar
Um exemplo de coragem
Nascia para lutar,
Ainda era um bebê 
Jamais podia prever
O que iria passar.
Aos três anos de idade
Sua mãezinha partia
Morreram muitos parentes 
Uma forte epidemia,
Sem mãe, sem pai, sem avó
Francisco crescia só
Na roça sem mordomia.
Criado em Portugal
Venceu a epidemia
Morava com seu avô
Nem o seu pai conhecia,
Seu pai veio de navio
Migrando para o Brasil
Em busca de melhorias.
Na roça no dia a dia
Com o seu avô trabalhava
Era muito dedicado
Trabalhava e estudava,
Sem conhecer os seus pais
Um excelente rapaz
Seu avô se orgulhava.
Aos quinze anos de idade
Mais uma perca se deu
Já não tinha sua avó
Sua mãe também morreu,
Se foi o seu avôzinho 
E ele se viu sozinho
Mas sua fé não perdeu.
Seu avô se foi pra sempre
Sozinho ele se viu
Conseguiram um contato
Com o seu pai no Brasil,
Ele com toda bagagem 
Fez uma grande viagem
Naquele grande navio.
Quarenta e cinco era o ano
Ele estava em alto mar 
Alemanha e Inglaterra 
Bombardeios sem parar,
Todo mundo apreensivo
Com medo dos explosivos
E do navio afundar.
Com ordens do comandante
As luzes se apagaram
Todo mundo se assustou
Todos no navio rezaram,
Dias depois a alegria
Com festa e gritaria
No Brasil desembarcaram.
Salvo da epidemia 
Depois da guerra também 
Aquele primeiro abraço 
Até hoje ainda têm,
E da memória não sai
Estava com o seu pai
E não tinha mais ninguém.
Com seu pai e a madrasta
O Francisco foi morar
Se deu muito bem com ela
Pôde viver em um lar
Se dedicou aos estudos
Que estava acima de tudo
E ainda foi trabalhar.
Estudando e trabalhando 
Francisco assim cresceu
Chegou a maior idade
Buscando o espaço seu
Seu pai cheio de alegria
Com um sorriso dizia:
- Meus parabéns filho meu.
Tornou-se um contador
Por todos admirado
Chefiava muita gente
Era muito respeitado
Dedicado e muito esperto
Francisco estava certo
Deus estava ao seu lado.
Aos trinta anos de idade
O Francisco se casava
Julieta era a mulher
Amor eterno jurava
Com grande amor e sem medo
Uma aliança em seu dedo
O Francisco colocava.
Amor eterno jurou
E era amor verdadeiro
Juntos eles viajaram
Quase que o mundo inteiro,
Deste lindo casamento 
Ainda teve o nascimento 
Do seu filho, o Herdeiro.
E depois de muito tempo 
Vieram a envelhecer
Velhinhos sim, mas felizes
Era lindo de se ver,
Mas enfim chegou o dia
Sua esposa partia
E nada pôde fazer.
Cinquenta e três de casados
Perdeu a sua querida
Cinco décadas de amor
Que não será esquecida,
Dizia a soluçar:
- Pra sempre você será
O amor da minha vida.
Hoje mora em São Paulo
Feliz, com muita saudade
Com oitenta e nove anos
Nesta imensa cidade,
Três netos, sua alegria
Vem vivendo dia a dia
Sem rancor, ódio ou maldade.
                                             Autor: Valdeilson Ribeiro.
fonte do blog poeta potiguar

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