A maior barragem do Estado, a Armando Ribeiro Gonçalves, em Assu, está
com menos de 35% de sua capacidade, o menor nível em 30 anos de sua história.
Em Caicó, o açude Itans, o maior da região, está com pouco mais de 15%, abaixo
27% do nível de água do ano passado, que já era considerado bastante crítico.
O desabastecimento de Água no RN foi o tema central ontem (24) de
audiência pública convocada pelo deputado Hermano Moraes (PMDB), que reuniu
representantes dos governos federais, estadual, prefeitos, lideranças políticas
e de produtores rurais. Na sessão, sobraram cobranças por um
planejamento na gestão dos recursos hídricos, para que a situação não chegasse
ao ponto em que está, visto os sucessivos anos de seca.
Entidades como a Agência Nacional de Águas (ANA), Caern, Dnocs, Fetarn,
além das associações dos municípios, estavam representadas marcaram presença. O
superintendente de regulação da Agência Nacional de Águas (ANA), Patrick Thadeu
Toma, fez um alerta para a possível piora na situação.
Hoje, 46 municípios estão com problemas graves, mas segundo ele, cerca
de quatro cidades devem também entrar na lista. O representante da ANA
mencionou a baixa que nos últimos dois anos vem acontecendo nos açudes do RN,
que estão, no geral, com somente 40% da sua capacidade de armazenamento.
“Foram sucessivas reduções nos volumes armazenados no Nordeste como um
todo”, disse Patrick. Segundo ele, a ANA vem atuando de acordo com o perfil dos
municípios. “Há aqueles que estão em situação de emergência e necessitam de
carros pipa e perfuração de poços e os que tem restrição do uso da água para
irrigação, a fim de se garantir que esse volume dure mais”.
Para ele, suspender a irrigação para atender as cidades traria um grande
prejuízo econômico a todos os que sobrevivem da atividade, como é caso das
culturas perenes. E acrescentou que representantes da agência vem se reunindo
com os produtores antes de tomar as medidas necessárias a cada caso.
Recentemente , esses técnicos estiveram com agricultores discutindo o caso do
rio Piranhas-Açu e a solução foi manter a irrigação por três dias na semana, em
horário fixo.
O representante da UFRN, João Abner, criticou o poder público por não
ter tomado antes as medidas contra o desabastecimento. Ele abordou também a
falta de equilíbrio no abastecimento, privilegiando municípios em detrimento de
outros e alertou as autoridades sobre a situação da barragem de Açu. “Tudo já
deveria estar sendo feito desde o ano passado e assim não teríamos chegado a
esse momento crítico, que não é de agora”, disse. Apesar das críticas, Abner
disse que saía da audiência mais otimista do que entrara, após as projeções dos
representantes da ANA e Semarh . “Acho que estamos pelo menos no caminho certo,
com a presença da ANA num debate como este. A legislação brasileira é uma das
mais ricas e avançadas, mas precisamos resolver de vez essas questões pendentes
na gestão de recursos hídricos no RN”, disse, referindo-se também à
regulamentação do IGARN – Instituto de Gestão de Águas do RN, do qual foi o
primeiro gestor.
Questionado acerca das medidas que o governo estadual vem tomando, o
secretário de Recursos Hídricos (Semarh), Leonardo Rêgo, anunciou que o estado
irá receber três obras do PAC, cujos editais estão sendo lançados:
abastecimento de 22 comunidades rurais a partir da barragem Santa Cruz, em
Apodi e a construção de duas barragens, uma delas a Umarizeira, no médio oeste,
com 81 milhões de metros cúbicos.
O secretário também mostrou dados sobre a perfuração de poços. Ação, que
na sua avaliação, ameniza a situação, mas que não é possível atender a todas as
solicitações, visto que nos arquivos da Semarh há mais de três mil solicitações
para a perfuração de poços. O secretário disse que a parceria com as
prefeituras, através do termo de cooperação técnica, é que irá garantir o
sucesso das ações. Ele citou o Pacto de Gestão das Águas, ao qual o RN aderiu,
como uma das ações de planejamento que obrigam o Estado a assumir vários
compromissos.
fonte do blog cabugi central
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