“Estamos mostrando que não só sabemos limpar mato. A gente também sabe debater e reivindicar políticas públicas para nós, trabalhadoras rurais.” É assim que a agricultora familiar pernambucana Elizete Maria da Silva, 60 anos, avalia a igualdade de gênero para ter voz e voto na 2ª Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário (CNDRSS), que será realizada entre os dias 14 e 17 de outubro, em Brasília.
Pela primeira vez, a conferência prevê a paridade de 50 % na representação de homens e mulheres nas discussões das propostas levantadas nas etapas territoriais, intermunicipais e estaduais. Dos 1,2 mil delegados indicados, 600 serão do público feminino.
Elizete representa o Movimento das Mulheres Trabalhadoras Rurais do Nordeste (MMTR/NE) no Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (Condraf), vinculado ao Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). Segundo ela, a paridade entre gêneros é uma conquista para as mulheres do campo. “Isso é uma vitória muito grande para todas nós mulheres trabalhadoras rurais, porque sempre fomos uma categoria muito discriminada. E hoje, temos a oportunidade de estar em um espaço importante, como a conferência nacional, setorial, estadual e municipal de igual para igual”, conta.
Para o secretário-executivo do Condraf, Roberto Nascimento, a 2ª Conferência retrata o momento político e social que o Brasil vive atualmente. “Temos uma presidenta e um conjunto grande de mulheres que exercem funções importantes no governo, na iniciativa privada. No campo brasileiro o papel das mulheres é essencial e sempre foi na agricultura. Chegou a vez de reconhecer essa participação e a igualdade de gênero”, afirma.
A conferência tem por objetivo a construção do Plano Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário, que prevê a indicação de metas a curto, médio e longo prazos, até 2030, para o fortalecimento e desenvolvimento do campo brasileiro.
Mulheres no campo
Para reconhecer a importância das mulheres no campo, o Governo Federal dispõe diversas políticas para o meio rural voltadas para o público feminino, como o Pronaf Mulher – linha específica de crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar com juros de até 2% ao ano, e o Programa Nacional de Documentação da Trabalhadora Rural (PNDTR) – proporciona o acesso à documentação para as mulheres do campo.
A diretora de Políticas para Mulheres Rurais do Ministério do Desenvolvimento Agrário (DPMR/MDA), Karla Hora, salienta que a conferência não só é fundamental para a elaboração de um plano de desenvolvimento rural, mas que, também, reconhece o trabalho e a atuação do público feminino no campo.
“É a primeira conferência no País que se desafiou a ter delegados e delegadas, em situação de igualdade, do ponto de vista da eleição e indicação nesse processo. Para as mulheres, representa, particularmente, um importante processo de reconhecimento e valorização do seu trabalho, da sua atuação no meio rural e na conquista e consolidação de políticas públicas voltadas para elas”, afirma.
Serviço
2ª Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário
Data: 14 a 17 de outubro de 2013
Local: Centro de Convenções Brasil 21 – Setor Hoteleiro Sul, quadra 6 - Complexo Brasil 21
Data: 14 a 17 de outubro de 2013
Local: Centro de Convenções Brasil 21 – Setor Hoteleiro Sul, quadra 6 - Complexo Brasil 21
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