segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

O império do oportunismo na política potiguar: discursos falidos.


O atual momento político brasileiro e potiguar tem peculiaridades que redimensionam o jogo político e o tabuleiro eleitoral. Nas últimas eleições presidenciais, embora os escândalos de corrupção tenham freqüentado os jornais cotidianamente, não havia o acumulo de tanta insatisfação do povo como hoje. Nas últimas duas décadas não tínhamos vivenciado manifestações de rua como as que eclodiram em junho do corrente ano. Os manifestos que tiveram seu estopim a partir da problemática do transporte público com o aumento das passagens reverberaram muitas insatisfações e inquietações da população com os gargalos do serviço público e a endêmica corrupção brasileira.

A corrupção que no Brasil parece ser uma cultura herdada da colonização portuguesa e os graves problemas nos serviços públicos é o reflexo do que ocorre no país e nas democracias burguesas: um imenso abismo entre o povo e o poder. Uma classe dirigente e dominante mantém o país nos trilhos do capitalismo e neste sentido as democracias burguesas estão para nós como uma santa de altar de onde não se espera mais milagres, como diria o escritor português José Saramago. No Oriente a “Primavera Árabe” é demonstração que os regimes ditatoriais estão fadados ao fracasso assim como as democracias burguesas estão fadadas ao contentamento como aponta o professor e cientista político Homero Costa em artigo intitulado “As manifestações e a crise de representação política no Brasil” ao afirmar que “uma das poucas certezas é a de que vivenciamos uma crise de legitimidade das instituições e um profundo mal-estar com a democracia existente no país. O problema central, portanto, me parece ser o da falta de legitimidade das instituições de representação. Há um esgotamento e uma descrença nelas que não é específica do Brasil, mas das democracias representativas de uma maneira geral” (Blog Substantivo Plural, 2013).

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