segunda-feira, 24 de março de 2014

Agricultores/as do Rio Grande do Norte participam de intercâmbio no Planalto da Borborema


Agricultores do Rio Grande do Norte conheceram experiências na Paraíba. | Foto: Mariama Carmem
As famílias do município de Assú, no Rio Grande do Norte, que participam das ações do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), fizeram visitas de intercâmbio nos dias 27 e 28 de fevereiro de 2014 a comunidades rurais do município de Lagoa Seca e Esperança, na Paraíba.
Nirlei, animadora de campo da AS-PTA, apresentou como foi o início do P1+2 na região do planalto da Borborema. Segundo ela, o município de Lagoa Seca foi um dos municípios pioneiros na construção de cisternas na região. A princípio, o número de cisternas a construir era bem pequeno, em 2010 o termo foi iniciado com a construção de 11 cisternas-calçadão. Com o apoio e a assessoria da AS-PTA em parceria com o Polo Sindical, que tem um papel político e representa os agricultores e agricultoras da Borborema. Uma dessas visitas de intercâmbio foi realizada quando agricultores das comunidades de Trapiá, Professor Mauricio de Oliveira e Limoeiro, do município de Assú/RN puderam conhecer as experiências da família de Erivan Farias, Sandra sua irmã e Dona Elisa sua mãe, do Sítio Floriano-PB.
Segundo Erivan, foi através da participação de um intercâmbio para conhecer a cisterna que ele ficou conhecendo a ASA e seus programas P1MC e P1+2. A partir de então, participou das reuniões para se cadastrar e ser receber a tecnologia. O projeto veio para agregar as atividades já desenvolvidas pelo agricultor que trabalhava na produção de hortaliças, e após as capacitações de Gerenciamento de Água para a Produção de Alimentos (GAPA) e Sistema Simplificado de Manejo da Água (SSMA) começou a diversificar o plantio, construir composto orgânico, defensivos naturais e produzir em canteiros econômicos, práticas essas que elevou a produção do quintal produtivo. “É muito importante receber pessoas nas nossas áreas, sou eu falando para outros agricultores aquilo que consegui realizar com sucesso na minha propriedade, é ouvir e acrescentar novas ideias no dia a dia da gente”, Erivan Farias.
Nesse mesmo período houve um fortalecimento dos produtores da região que assim como Erivan passaram a produzir agroecologicamente e conseguiram escoar o excedente nas épocas de chuva para a feira organizada pelo Polo Sindical e a AS-PTA a EcoBorborema. No segundo dia tivemos a oportunidade de visitar o sítio Bela Vista no município de Esperança-PB, para conhecer a família de seu Cassiano e dona Maria de Fátima, fomos acompanhados por Diassis presidente do sindicato dos agricultores e agricultoras rurais de Esperança.
No início conta seu Cassiano “a gente não acreditava que podia receber uma ajuda tão boa como é a cisterna, a mulher participava das reuniões no sindicato, mas não tinha jeito de conseguir nada.” E com muita luta a família foi contemplado com a cisterna do Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC) com água para beber e cozinhar e no final de 2013 com uma cisterna-calçadão do P1+2 e que apesar da seca que permanece há três anos, com a água das cisternas começaram a produção de coentro, cebolinha, pimentão e pimenta, as hortaliças servem para o consumo pessoal e o excedente é vendido na feira.
Dona Maria de Fátima enfatizou a importância de participar de intercâmbios e treinamentos, pois o conhecimento adquirido ajudou a família a desenvolver outras atividades como a criação de galinhas, palma consorciada, plantio de maracujá utilizando práticas agroecológicas.
Francisco Diassis, agricultor de Limoeiro-RN que participou do intercâmbio acrescentou: “participar de intercâmbios é muito bom, é uma escola onde agente ensina e aprende”.
“Estes intercâmbios oferecem aos agricultores e agricultoras  a oportunidade de socializar experiências para aperfeiçoamento da prática da agricultura familiar. Essa é uma etapa importante, tendo em vista que a troca de conhecimento facilita o acesso a práticas populares e inovadoras que favorecem a convivência no Semiárido”, relata Diassis presidente do sindicato rural de Esperança.
O momento de avaliação do intercâmbio foi feito na área da AS-PTA numa roda de conversa onde todos tiveram a oportunidade de socializar um pouco do aprendizado e da troca de experiências vivenciados nesses dois dias. “Temos que acreditar nas mudanças que podemos fazer na nossa pequena propriedade, como também incentivar nossos vizinhos, mostrando para eles a melhor forma de produzir e trazer renda para a família” falou Ana Maria agricultora do P.A. Mauricio de Oliveira- Assú/RN.
O intercâmbio faz parte do plano de trabalho do P1+2, realizado pela ASA, a visita terminou, mas o aprendizado permanecerá bastante presente para quem participou. Os agricultores visitaram o banco de mudas da AS-PTA e receberam mudas de plantas medicinais, plantas nativas e/ou ornamentais para levar para casa.

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