O mel não é o único alvo dos apicultores. A diversificação dos produtos ganhou força em 2014 como estratégia para garantir renda aos produtores durante todo o ano. Com apoio técnico do Sebrae-RN, apicultores tem investido em produtos de maior valor agregado, como o própolis, o pólen e o veneno da abelha, conhecido como apitoxina, que serve para a fabricação de cosméticos e chega a custar R$ 60 mil o quilo.
Há pouco mais de um ano, o único produto trabalhado nos apiários era o mel, relata o vice-presidente da Federação Apícola do RN, Gilson Nunes. “Agora trabalhamos com tudo que a abelha nos proporciona”, diz. O presidente da Federação, Giomar Neves Lopes, destaca que trabalhar com múltiplos produtos tem garantido renda durante o ano todo. “É difícil esperar só pelo mel. Essa diversificação ajuda os apicultores a se manterem na atividade”, afirma.
A inclusão mais recente à cadeia é a apitoxina, que tem se mostrado a opção mais rentável. Para extrair o produto, é preciso de um equipamento com placas que dão uma descarga elétrica nas abelhas. O choque que não mata, mas permite a liberação do veneno. Em contato com o ar, a substância se solidifica e o conteúdo é raspado em seguida.
Giomar Lopes trabalha com a extração da substância em seu apiário, em Mossoró, e explica como o processo funciona: “A cada quatro dias, quatro gramas são coletadas em 10 colméias. A placa fica em contato com as abelhas por 25 minutos e depois é feita a troca de colméia”, diz.
Com os quatro gramas, obtidos em quatro dias, é possível ganhar R$ 240. Juntando um quilo da substância, a renda passa a R$ 60 mil, segundo Giomar Lopes. O equipamento custa R$ 1.500. “A apitoxina é mais rentável até que a geleia real. Hoje se compra um quilo de geleia real por R$ 400, mas ela é mais difícil de produzir porque é preciso ter uma espécie de mini-laboratório”, explica. Produtor de própolis em Lajes, Gilson Nunes conta que já consegue extrair artesanalmente a substância na cor verde, que rende R$ 120 o quilo. O própolis vermelho chega a custar mais, em torno de R$ 600 o quilo. “Vamos fazer agora um curso só sobre própolis para melhorar esse processo”, relata.
O Sebrae-RN fornece a consultoria para a diversificação. De acordo com o gerente setorial de apicultura da entidade, o trabalho consiste em profissionalizar os produtores e para que consigam rendimentos extras, que não dependam só do mel. “É uma forma do produtor manter os enxames com essa remuneração extra”, ressalta.
Fonte: Tribuna Online
fonte do blog de robson cabugi
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