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No último dia 11, a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), lançou na cidade de Gravatá (PE), o Programa Sementes do Semiárido. O evento contou com a presença de agricultores e agricultoras, organizações que compõem a ASA, Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea), do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), entre outros órgãos governamentais e entidades da sociedade civil.
“A multiplicidade de organizações, de vontades, de cumplicidades, a busca da construção da soberania alimentar do povo brasileiro é o que motiva essa ação da ASA, não foi uma coisa que nasceu nos gabinetes, ela vem da realidade das comunidades”, assim explica Naidison Quintela, coordenador executivo da ASA pelo estado da Bahia. O programa Sementes do Semiárido apoiará 640 casas ou bancos de sementes, envolvendo 12.800 famílias agricultoras.
A ministra Tereza Campello, do MDS, presente no evento, ressaltou a importância da preservação: “preservar nossas sementes é preservar cultura e lembranças”. Ela celebrou a parceria positiva da ASA com o governo federal em torno das ações de convivência com o Semiárido: “Iniciamos aqui um projeto revolucionário, para transformar o conhecimento em políticas públicas”, conclui.
De acordo com Onaur Ruano, Secretário de Agricultura Familiar do MDA, o Programa Sementes do Semiárido inaugura uma mudança de paradigma na relação do Estado com a sociedade civil no que diz respeito a compra de sementes. “Vamos fortalecer a capacidade local de produção de sementes”, afirma. Para Gabriel Fernandes, da ANA, a participação popular melhora a execução das políticas públicas, “esse projeto é uma grande oportunidade para fortalecer os guardiões e guardiãs das sementes que cuidam de um patrimônio material e imaterial muito importante”, ressalta.
A ASA encontra-se em plena comemoração de 15 anos de caminhada enraizada nas experiências concretas de luta, resistência e experimentação dos povos do Semiárido, essa nova ação chega em um momento importante para contribuir com a resistência e a preservação das sementes crioulas. Sementes cultivadas por homens e mulheres de forma tradicional, respeitando a natureza. Cada território cuida desse patrimônio genético e cultural de uma forma diferente, inclusive, nomeando-as a partir dos afetos. As sementes são da vida, da resistência, da gente, crioulas, da paixão, da solidariedade, da fartura, nativas, dos meus avós... substantivos que narram histórias de gerações.
“Essa ação da ASA reconhece a cultura do estoque que corresponde a lógica de produção camponesa de trocar e guardar sementes e contribui diretamente para garantia da segurança alimentar e nutricional das famílias”, destaca Maria Emília Pacheco, presidenta do Consea. Ela apresenta ainda as sementes como bens culturais com sentidos sociais, políticos e simbólicos específicos.
Para agricultora Joelma Silva, do município do Cumaru, no agreste pernambucano e que estava presente no lançamento, é importante guardar diversas sementes: “Você guarda a semente como algo muito importante e guardamos da forma como aprendemos como nossos pais e sempre aumentando a variedade”. Ela vê no programa uma oportunidade de apoio a uma prática que já é muito presente entre agricultores, agricultoras e comunidades do Semiárido: a de guardar e trocar sementes.
“A nossa semente tem vários nomes, mas eu gosto de chamar de semente do amor. E por ela a gente luta e quem tem luta, tem história.”, com essas palavras a agricultora Elizângela Ribeiro, do Assentamento Tapera, no município de Riacho dos Machados, em Minas Gerais, define a importância das Sementes na vida de milhares de agricultores e agricultoras.
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terça-feira, 17 de março de 2015
ASA e parceiros lançam programa Sementes do Semiárido
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