FOTO: Rafael Fernandes
“Essa luta não é fácil, mas tem que acontecer, a mulher organizada tem que chegar ao poder” (música de Maria Nazaré de Souza)
Margaridas Alves, presente! A nossa luta é todo dia!
Foi com uma mística forte, com muita luz, palavras de ordem e compromissos com a defesa pela democracia, igualdade, agroecologia e pela organização das mulheres que as Margaridas trabalhadoras rurais iniciaram o último dia da 6ª Plenária Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais. Mais de 400 mulheres de todo o País estiveram desde a última terça-feira (8) debatendo os temas do movimento sindical e já se preparando para o 12º Congresso Nacional de Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (12ª CNTTR), que ocorrerá em março do próximo ano.
O principal produto da 6ª Plenária foi a Carta Política, construída a partir dos debates nesses últimos dias, dos grupos de trabalho e das deliberações e encaminhamentos das Plenárias Regionais de Mulheres. E, após a leitura, as participantes ainda fizeram contribuições à Carta, acrescentando temas e demandas emergenciais das Margaridas.
“A Carta Política é um documento que mostra a unidade de luta das mulheres. Ali estão postas as questões centrais que unificam as nossas lutas no Brasil e no mundo. Esta carta será levada para as nossas bases, para todos os espaços, é posicionamento sobre o que pensam as Margaridas trabalhadoras rurais frente a essa conjuntura que será divulgada a toda a sociedade”, explicou a secretária de Mulheres da CONTAG, Alessandra Lunas.
Um dos momentos marcantes na Plenária Final foi a socialização da conquista da Rede Margaridas do Mundo. Segundo Alessandra Lunas, o debate sobre a criação dessa rede foi iniciado durante o Ano Internacional da Agricultura Familiar (AIAF), em 2014, como uma estratégia para inserir as mulheres nas discussões e nos espaços políticos internacionais. “As mulheres sentiam falta de um espaço de articulação no âmbito internacional para pautar as políticas específicas. Com a participação de mulheres de 15 países latino-americanos na Marcha das Margaridas, em 2015, houve a consolidação da criação da Rede Margaridas do Mundo. É preciso ter uma unidade na pauta das Margaridas. Depois disso, houve um processo de ampliação da rede para os outros continentes em diversos espaços internacionais”, explicou Alessandra.
A secretária disse que a primeira tarefa da Rede é contextualizar a situação de vida das mulheres rurais nos continentes, com o propósito dar voz às Margaridas e ao que estão vivendo. Agora, é preciso consolidar esse documento para que sirva para incidência nos espaços políticos. E o objetivo é lançar as linhas políticas no 12º Congresso da CONTAG, em março de 2017, e que seja editado, pelo menos, em três línguas. Já foi eleito o Comitê latino-americano de coordenação da Rede e a Alessandra Lunas foi uma das eleitas, representando a COPROFAM, entidade que a CONTAG é filiada, juntamente com outras companheiras de diversas entidades. Após essa fala, foi transmitido o vídeo do encontro da Rede das Margaridas do Mundo, realizado na Colômbia.
RESULTADO DOS TRABALHOS EM GRUPO
Nos dias 9 e 10 os grupos de trabalho debateram os temas relacionados ao 12º CNTTR sobre Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário; Formação Político-Sindical; Organização e Estrutura Sindical; Democracia Interna e Participação e Paridade, a partir do olhar, da luta e da organização das mulheres trabalhadoras rurais, reafirmando a estratégia política de participação e atuação político-sindical no 12º CNTTR. A equipe de Sistematização fez a apresentação do documento que conta com os principais pontos que saíram das discussões nos grupos, bem como as propostas para o Plano de Lutas da CONTAG para a Gestão 2017-2021.
ENCERRAMENTO
A Plenária final foi encerrada com as considerações finais da Diretoria da CONTAG, com a divulgação do clipe com os melhores momentos da Plenária, com poemas, aprovação de uma mensagem de apoio e carinho à presidenta Dilma Rousseff, e com uma avaliação final da secretária de Mulheres. “Foi um momento muito forte, de uma energia muito grande. Foi um momento da gente se reencontrar, das mulheres continuarem olhando para aquelas questões que ainda estão aí desafiando a luta, a organização e a resistência das mulheres. Então, essa Plenária foi um momento importante para a gente afinar os caminhos que vamos trilhar, as lutas que faremos no próximo período e, principalmente, que a gente possa fazer a diferença na luta contra o patriarcado, contra todas as questões que ainda afligem a vida das mulheres e que a gente tenha a clareza de que estamos construindo a paridade no movimento sindical, que é o 12º Congresso que irá implementar”, avaliou Alessandra.
FONTE: Assessoria de Comunicação CONTAG - Verônica Tozzi
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