A
queda na produção de leite está provocando um efeito cascata no Rio Grande do
Norte. Várias queijarias já reduziram a produção por falta de matéria-prima. Em
alguns casos, a queda chega a quase 80%, comprometendo o faturamento das
empresas e ameaçando as finanças. Com a redução da oferta, o preço do leite in
natura também subiu em torno de 40%, passando de R$ 0,85 para R$ 1,20. Em
alguns casos, é preciso pagar R$ 1,40 por um litro de leite in natura na
porteira. Em decorrência disso, os queijos já estão custando 30% a mais nas
prateleiras.
Para evitar demissões de trabalhadores,
algumas queijarias estão concedendo férias a parte dos funcionários ou reduzido
o horário de expediente.
Segundo
estimativa da Agência de Desenvolvimento Sustentável do Seridó (Adese), o RN
possui aproximadamente 400 queijarias, boa parte delas no Seridó. Juntas, elas
geram em média 2,5 mil empregos diretos. Para Acácio Brito, gestor do projeto
de Leite e Derivados do Sebrae no estado, o problema é generalizado.
A
indústria de derivados de leite também sofre. Na falta de leite in natura, boa
parte delas tem recorrido ao leite em pó para produzir desde iogurtes a
coalhadas, onerando o produto final, afirma Francisco Belarmino,
vice-presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios do RN (SindiLeite).
"Comprar leite em pó só compensa porque o preço do leite in natura subiu
muito", afirma.
A
queda na produção também tem afetado o Programa do Leite, que deveria
distribuir leite in natura para 115 mil famílias só no Rio Grande do Norte.
Segundo cálculos da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater),
que cuida do pagamento dos produtores, o volume distribuído caiu 25,17%. A meta
era entregar 155.646 litros por dia, mas o Estado só tem conseguido distribuir
115.977. Segundo alguns produtores, o volume distribuído seria ainda menor que
o oficial.
materia do blog de carlos costa
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