O Seminário Mulheres Rurais e Crédito chegou a sua reta final, nesta quarta-feira (4), com um dia dedicado à definição de metas para o próximo ano e a troca de experiências entre as participantes. O evento contou com representantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), dos agentes financeiros – bancos e cooperativas de crédito -, dos movimentos sociais e de lideranças das mulheres rurais. O encontro é promovido pela Diretoria de Políticas para Mulheres Rurais do MDA e faz parte das atividades do Programa Regional da Reunião Especializada da Agricultura Familiar do Mercosul (Reaf). O Seminário teve como objetivo ampliar o diálogo entre mulheres rurais, Governo Federal e agentes financeiros na busca de soluções para ampliação do acesso ao crédito, permitindo o fortalecimento da autonomia e a inclusão produtiva das trabalhadoras e suas organizações.
Para a coordenadora–geral de Organização Produtiva e Comercialização do MDA, Renata Leite, o encontro atingiu a todas as expectativas. “É a primeira vez que conseguimos reunir, neste ano, as entidades financiadoras e as mulheres rurais para discutir o acesso ao crédito. Todos debateram, participaram dos grupos e aprofundaram os temas, o que foi bem produtivo”, atentou ao lembrar que o seminário teve como propósito definir encaminhamentos para um plano de ação a ser executado.
O painel: Mulheres no Pronaf – Experiências apresentou casos exitosos de mulheres e organizações produtivas que acessaram linhas de crédito, em especial o Pronaf Mulher, assim como relatos de entidades de crédito que apoiaram empreendimentos desse tipo. As experiências compartilhadas possibilitaram uma real noção da viabilidade e importância do Pronaf Mulher para a Agricultura Familiar, além de levar a uma reflexão sobre a relação entre bancos e as trabalhadoras, servindo como tema para a discussão nos trabalhos em grupo.
Os grupos de trabalho reuniram propostas para a elaboração de um plano de ação para 2014. Entre as sugestões estão: a criação, por parte dos bancos, de um plano de comunicação sobre o crédito para mulheres rurais direcionado às agências, funcionários e ao público da agricultura familiar; a definição de um espaço permanente para a discussão do crédito; a assistência técnica contínua, atendendo às especificidades de cada região, com a valorização do saber tradicional dos agricultores e agricultoras e o debate sobre a concessão; o uso da Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), onde as famílias podem decidir se optam pela forma individual ou compartilhada.
No encontro, também foi sugerido que o Pronaf seja uma linha de crédito diferenciada, onde os riscos dos empréstimos sejam assumidos pela União. A definição de metas relacionadas ao Pronaf Mulher nas instituições financeiras, bem como a instituição do crédito como política pública e direito garantido das agricultoras, com um diálogo direto com a Ater, foram outros pontos destacados. Os grupos propuseram, ainda, reformulação das Cirandas do Pronaf; novas oficinas e cursos de capacitação sobre crédito, Pronaf Mulher e agroecologia para funcionários dos bancos, técnicos e mulheres rurais; inclusão nos editais das Chamadas Pública de Ater de item sobre a necessidade da divulgação, pelos técnicos, das políticas públicas com destaque para a DAP; ampliação do fomento para empreendimentos de mulheres que praticam a agroecologia; e apoio a implementação do microcrédito orientado por mais agentes financeiros.
“Trouxemos algumas experiências que comprovaram que é possível o Pronaf Mulher. As representantes das mulheres e as instituições financeiras viram o Pronaf Mulher se concretizando. Isto foi muito importante e deu resultado. Agora a perspectiva é trabalhar, no próximo ano, as propostas encaminhadas pelo seminário”, assinalou a coordenadora–geral de Organização Produtiva e Comercialização do MDA.
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